Mas onde estou eu?

São nove horas da manhã, levanto-me e vou à casa de banho. Volto para o quarto, e olho-me ao espelho, vejo a minha cara, o meu corpo, e o meu pijama. Sinto algo no espelho a mexer-se, sinto que há algum ser dentro do espelho. Páro, esfrego os olhos, e volto a olhar para ele. De repente, o ser do espelho levanta a mão e convida-me a entrar nele. " Mas afinal, o que é isto? " - penso eu.
Dou o primeiro passado com receio que algo aconteça, e levanto o outro pé.. De repente, fecho os olhos, e cheguei. " Mas onde estou eu? " - questiono-me.
Vejo muita gente vestida com roupas douradas, lembrei-me logo de gente rica. Olho para mim, e sou o único de pijama.
" Que mundo é este? Onde vim parar? " - questiono-me de novo.
Ouço uma voz suave e arrepiante no meu ouvido, que me diz " Estás no mundo encantado, aqui não há sofrimento, muito menos a dor ". Depois de ouvir isto, fiquei quieto com medo que alguém me fizesse mal, e à minha frente só tinha feiras, e muita gente a rir-se. Dou dois paços atrás para ver se há alguma maneira de fugir dali, olho para trás, e não há nada, apenas um bosque escuro e sombrio.
Sigo em frente, como quem não tem medo de nada, e gosta de arriscar. Encontro uma rapariga, sozinha, sentada a uma árvore, cujo fruto era o amor. " Está tudo bem? " - perguntei-lhe eu, com ar de preocupado. " Estou sozinha, sinto-me triste e abandonada... " - respondeu-me ela com ar de tristeza, e começou a soluçar.
Estendi-lhe a minha mão, e com a outra, fiz o gesto de convite. Sorrimos os dois um para o outro, penso que a consegui pôr a sorrir com algumas piadas que lhe contei. Aquele sorriso dela, era brilhante, os olhos pareciam vidro, e as suas mãos, eram suaves como... não sei, acho que não há nada comparado àquelas mãos.
" Mas afinal, se aqui não há dor, porquê esta linda rapariga aqui, assim? " - fiquei eu a pensar..
Ela contou-me a sua história, tinha sido abandonada pelos pais, não sabia deles à mais de mês. Fomos a correr a um idoso, que estava numa tenda com o nome " O Futuro, é aqui! ". Contamos-lhe a história toda, entregamos as nossas mãos, pois podíamos ter algo relacionado.. Ele ficou a rir-se baixinho e pronunciou: " Vocês, são como dois rios.. Um dia, vão se encontrar e vão juntar as vossas águas! ". Saímos de lá, e ficamos a pensar..
Encostamo-nos opostamente, ao lado da árvore da saudade, e disse-me ela: " O que é bom, acaba depressa! ".
Senti um arrepio, depois de ela ter dito o que disse.
Sinto algo a estremecer, parece que o mundo vai cair.. " O que é isto?! " - grito eu.
De repente, passei a estar deitado na minha cama, coberto com o lençol até ao nariz, e ouço a voz da minha mãe: " João, está na hora.. Acorda. ".
Depois disso, deixei-me a pensar, levantei-me, fui em frente ao espelho, trupei e nada aconteceu.. juntei o meu ouvido a ele, e nada aconteceu. " Afinal, isto tudo não passou de um sonho.. ".

This entry was posted on sábado, 18 de dezembro de 2010. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.

8 Responses to “Mas onde estou eu?”

Nicole Silva disse...

ó Mél, que lindo !

Adriana Cunha disse...

" Vocês, são como dois rios.. Um dia, vão se encontrar e vão juntar as vossas águas! " :)
Excelente música!

Joana Martins disse...

ta mesmo bonito :)

Fábio Silva disse...

espero que sim!
muito obrigado. :p

Fábio Silva disse...

obrigado novamente e feliz natal too (:

Fábio Silva disse...

muito obrigado!

Paula disse...

Gostei muito :)

Flávia Rita A. M. Silva disse...

outro texto lindo :')